Aureus

Com este blog pretendo mostrar os últimos acontecimentos científicos, de maneira a ficarmos à par do que pôde ser feito pelos científicos neste momento, e dos últimos descobrimentos, e ao mesmo tempo oferecer curiosidades, engraçadas ou simplesmente esquisitas, do âmbito da ciência. Isto sempre numa linguagem acessível para todos, sem grandes complicações.
Lembrem-se que eu escrevo a estrutura, mas a vida do blog, o movimento, são os vossos comentários. Façam-os. Qualquer coisa que queiram, fico à vossa disposição.

28 de fevereiro de 2009

Órion, a fábrica das estrelas


Nebulosa de Órion (42 do catálogo Messier, ou M42)

Poucas vistas cósmicas podem excitar tanto a imaginação como a Nebulosa de Órion, ou M42, como também é conhecida. A massa incandescente de gás da nebulosa envolve muitas estrelas jovens no centro de uma imensa nuvem molecular interestelar, somente a 1.500 anos luz de distancia da Terra.

Converte-se assim na mais próxima das grandes regiões de formação de novas estrelas, e ainda, como tem tantas estrelas muito energéticas, estas dispersaram as nuvens de gás e de pó que, se não fosse este o caso, impedir-nos-iam poder observá-las.

Oferece-nos portanto a possibilidade de uma aproximação a uma grande variedade de estados e fases diferentes na criação e evolução das estrelas.

Esta imagem, a de maior resolução até ao momento (
façam clique na imagem para aprecia-la melhor) foi obtida pelo telescópio Hubble, de 2,2 metros de diâmetro, instalado no observatório de La Silla, em Chile, dependente do ESO (European Southern Observatory), e podem-se apreciar nela 3.000 estrelas, aproximadamente.

Ver mais na
NASA


26 de fevereiro de 2009

Ornitorrinco: O animal mais esquisito


Algumas das especiais características do ornitorrinco

O ornitorrinco (Ornithorhynchus anatinus) é um mamífero. Também é ovíparo, põe ovos, pequenos e moles como os dos répteis. Tem bico como os patos, e membranas entre os dedos dos pés da frente, 
como as aves aquáticas.  Não tem mamas, mas tem leite, que sai pelos poros da pele da barriga da fêmea e escorre por uns sulcos onde as crias vão lambendo-o. E tem o corpo coberto de pêlo.

Ainda, apresenta outras características incomuns, como ter um dente enquanto bebé, que depois vai perdendo para ficar com um placa córnea que utilizará para mastigar. E o seu bico é mole, sensível e coberto de pêlo, não como os das aves. E a sua cauda é parecida à dos castores, e também lhe ajuda a nadar. E os machos têm nos pés traseiros esporões venenosos, com um veneno bastante semelhante ao das cobras. Aliás, apresenta características claras de mamíferos, de aves e de répteis. Um achado da natureza.

Este animal pertence à ordem dos monotremata, junto com a equidna, a única outra espécie viva deste ordem, e separaram-se dos restantes mamíferos, que não põem ovos (marsupiais e placentários), já há 170 milhões de anos, quando ainda os dinossauros estavam a expandir-se.

Vive na Austrália, Tasmânia e Nova Guiné, e mais algumas ilhas próximas, junto a correntes de água, na que passa a maior parte do tempo, sendo um grande nadador (pode passar até 5 minutos sem vir à superfície).

Mais outra característica especial é que fecha os olhos e os ouvidos quando está na água, e serve-se de receptores electro-sensoriais no bico para detectar os fracos campos eléctricos das presas debaixo da água, um sexto sentido específico dele.

Alimenta-se de todos os animais pequenos que encontra: girinos, pequenos peixes, crustáceos, insectos, vermes e moluscos. Mede quando adulto por volta de 40 centímetros mais a cauda (60 no total), põe dois a três ovos por ninhada, de 2 a 2,5 centímetros, em túneis de até 1,80 metros, que a fêmea cava, e os ovos eclodem após 10 dias. A seguir, os pequenos serão amamentados durante 4 meses até saírem do ninho. Vivem até 15 anos.

E se já era esquisito, há pouco tempo acabaram de sequenciar o seu DNA, e os resultados foram também, como cabia esperar, surpreendentes: O seu genoma é uma mistura inusitada de réptil, ave e mamífero.

Richard Wilson, director do Centro do Genoma da Universidade de Washington, e principal autor do estudo, diz que «A mistura fascinante de traços no genoma do ornitorrinco fornece muitos índices sobre a função e evolução de todos os genomas dos mamíferos».

Encontraram alguns genes tipicamente de aves, e outros de répteis, e até os genes que utiliza para a produção do vitelo dos ovos são muito semelhantes aos de alguns peixes. Mas a maior parte, por volta de 82%, corresponde a genes típicos de mamíferos.

Também desenvolvem uns péptidos extremamente eficazes como antibióticos, sendo imunes a muitos dos microrganismos 
patogénicos, estando a ser estudados agora os genes que codificam estas proteínas, com fins farmacêuticos. Assim como o seu especial veneno, que produz inchaços enormes e uma dor que os analgésicos normais não resolve. 

Portanto, ainda vamos encontrar nas farmacias medicinas provenientes do nosso amigo. Um molho de surpresas, este ornitorrinco.

23 de fevereiro de 2009

Descobertos 700 fósseis, incluindo um mamute, em Los Angeles


Pelvis do mamute Zed

O Museu de La Brea Tar Pits, dependente do Museu de Historia Natural de Los Angeles (California) anunciou recentemente o descobrimento de más de 700 restos fósseis da última era glacial, há perto de 40.000 anos.

Destaca-se nestes fósseis o esqueleto quase completo de um enorme mamute, ao que chamaram Zed, que morreu com quase 50 anos de idade, cerca de 40 mil anos atrás.

Este animal é um mamute columbiano, uma espécie extinta quase ao final da última era glacial.

Embora La Brea Tar Pits, zona a 10 quilómetros do centro da cidade, contenha os mais ricos depósitos da era do gelo em todo o mundo, muitos fósseis retirados da brea (lama asfáltica, ou piche) vêm misturados com outros ossos e não formam esqueletos completos. Os mamutes são uma descoberta rara.

Neste caso, estima-se que o esqueleto esteja 80% completo, faltando apenas uma perna traseira e uma vértebra. As presas estão inteiras e têm 3 metros de comprimento.

Como todos os animais descobertos no local, Zed ficou preso em um poço de lama junto ao leito do rio, e acabou morrendo de fome e cansaço.

Os investigadores acreditam que este esqueleto ficou mais inteiro porque, logo após a sua morte, foi arrastado por uma inundação e depois coberto por sedimentos suficientes para manter os predadores afastados da sua carcaça.

Esta descoberta é parte de uma área repleta de fósseis, descoberta por operários que escavavam o terreno de um futuro estacionamento subterrâneo.

O que o torna tão especial e excitante para nós é que Zed é um espécime quase completo, disse a supervisora de laboratório Sheley Cox, mostrando aos jornalistas um osso pélvico com o tamanho de uma boa mesa.

E ele é realmente grande em comparação com os mamutes que recuperamos em La Brea antes, disse Cox. As presas são consideravelmente maiores do que qualquer coisa que tivéssemos esperado.

Nessa mesma jazida de fósseis havia cerca de 700 espécimes, inclusive um grande crânio de leão americano, ossos de leões, lobos, dentes-de-sabre e outros.

Esta descoberta pode chegar a duplicar o tamanho da colecção do museu.

Ver mais em Los Angeles Times



22 de fevereiro de 2009

Agricultura no deserto: areia hidrofóbica

Areia hidrofóbica, o milagre das culturas no deserto

Após sete anos de investigação, o engenheiro dos Emiratos Árabes Unidos Fahd Mohammad Saeed Hareb, em colaboração com o científico alemão Helmut F. Schulze, e com a colaboração comercial de Marco Russ, da empresa Flexon Trading Middle East, conseguiram obter uma areia hidrofóbica que poderia transformar os Emiratos Árabes Unidos num oásis.

As culturas no deserto, por causa da extrema aridez do clima, precisam de ser regados meia dúzia de vezes por dia, e ainda a extrema salinidade da areia pode matar as raízes das plantas. 

Esta areia desenvolvida por Materiais Hidrofóbicos DIME, a empresa familiar de Saeed, não só
 impede que a água se filtre ao subsolo, mas também impede o passo ao sal, fazendo com que as culturas sejam mais viáveis, precisando 75% menos de água (uma rega por dia).
 
O procedimento de instalação é muito simples: deve pôr-se uma camada de 10 centímetros de largura desta areia hidrofóbica por baixo do solo cultivável, onde se encontram as raízes das plantas.

Neste momento, a fábrica pode produzir 3.000 toneladas desta areia por dia. A fabricação da areia é na prática o revestimento de cada um dos grãos da areia original (areia normal obtida do deserto) com uma substância que denominaram SP-HFS-1609, desenvolvida com processos nanotecnológicos, e cuja exacta fórmula guardam como secreto comercial.

Já foram realizadas provas com palmeiras e ervas estrangeiras, e mediu-se um aumento de 25% nas raízes das plantas cultivadas sobre esta areia em relação às cultivadas sobre a areia normal.

O governo de Dubai mostra-se interessado, e já disse que pretende passar do 3,7% de solo cultivado actual até um 8% no ano 2015, sempre que todas as provas continuem a obter resposta positiva.

Entre as instituições que estão a experimentar com esta areia, encontra-se a Universidade Al Ain dos EAU, que está a tentar cultivar arroz (planta de solos encharcados) em condiciones desérticas.

Ver mais em Nano Werk 

20 de fevereiro de 2009

O Google não descobriu a Atlântida



Afinal, o Google não descobriu a Atlântida.

Foi publicado hoje no jornal The Sun, com referência em CNET e outros, que um engenheiro aeronáutico, Bernie Bamford, utilizando o Google Earth, na nova versão que inclui os fundos oceânicos, teria descoberto aquilo que parecia ser a Atlântida, submersa no Atlântico a 600 milhas (965 quilómetros) ao oeste das ilhas Canárias.

O primeiro homem a falar desta fantástica civilização foi o filósofo grego Platão (427-347 A.C.), e situou-a a oeste dos pilares de Hércules, portanto pelo menos a direcção é a mesma (estes pilares situam-se no estreito de Gibraltar, e são a saída do Mediterrâneo para o Atlântico, o fim do mar conhecido na época).

Platão conta que a Atlântida se afundou no mar, devido a terríveis tempestades, pouco depois de perder uma guerra com os atenienses, há uns 11.000 ou 12.000 anos.

No entanto, a Google apressou-se a esclarecer, segundo noticia a agência EFE, que aquilo que aparece nas imagens do seu programa são artefactos produzidos pelo próprio processo de obtenção de dados para o programa, ou seja, são impressões deixadas pelos próprios navios que estavam a fotografar o fundo oceânico para o Google Earth.

Bom, sempre nos fica a romântica esperança de que um dia, de uma maneira ou de outra, a Atlântida apareça.

Mas não é desta.



18 de fevereiro de 2009

Vídeo: 600 milhões de anos em 5 minutos

Evolução das espécies. É um tema que podemos achar interessante, fala-se dele, ainda mais agora com os festejos dos 200 anos de Darwin. 

Mas tanto podemos estar a falar de dinossauros como de mamutes ou neandertais. Mas os tempos não são os mesmos. Nos somos uns recém chegados, e quase que nem contamos na evolução. Querem verificar?

Neste vídeo por baixo mostram-se, de maneira bastante didáctica e entretida, 600 milhões de anos de evolução (desde que há animais multicelulares) em 5 minutos.

Até há 350 milhões de anos (Devoniano), nem sequer havia animais na terra, só no mar. Nesta altura surgiram os primeiros anfíbios. 

Passaram mais 50 milhões de anos até aparecerem os primeiros répteis, que demoraram mais 50 milhões até os seus maiores expoentes, os dinossauros, dominarem o mundo. E o fizeram durante 150 milhões de anos, aproximadamente, até desaparecerem há 65 milhões de anos. 

Comparem este número com o seguinte: Os primeiros homínideos surgiram há 2,5 milhões de anos, aproximadamente. E o Homo sapiens, deve ter 200.000 anos na melhor das hipóteses. Vejam o vídeo, vale a pena.



Origem:
Publico.es

16 de fevereiro de 2009

Moscas que duplicam a sua vida

Drosophila melanogaster, mosca da fruta

O ser humano  pode passar a dever parte da sua idade à mosca da fruta.

Investigadores da Universidade Brown identificaram na mosca da fruta (Drosophila melanogaster) um processo celular que poderia atrasar o processo de envelhecimento.

Stephen Helfand , um dos investigadores deste estudo, e professor de biologia molecular, biologia celular e bioquímica, já tinha descoberto no ano 2000 uma mutação de um gene, que denominou Indy (I’m Not dead Yet), e que poderia duplicar o tempo de vida da mosca da fruta.

Estudos feitos em moscas Indy (que portavam esta mutação) levaram ao descobrimento de que existe um processo metabólico nelas que aparentemente reduz significativamente a produção de radicais livres, sendo que a acumulação celular destes radicais é considerada como um dos factores determinantes no processo de envelhecimento. E as moscas não parecem apresentar nenhum tipo de efeito secundário, para além deste.

Agora a investigação está na fase de tentar determinar como é que, exactamente, esta mutação produz essa alteração metabólica, de maneira a tentar produzir fármacos anti-envelhecimento para seres humanos, que produzam um efeito semelhante sem ter de chegar à manipulação genética.

Desenvolvendo estas investigações, os científicos chegaram a alguns resultados surpreendentes, como o facto de que as moscas Indy sintetizavam as proteinas resultantes da expressão de alguns dos genes encarregues da produção de energia para a célula em menor proporção do que as moscas normais. Isto fez com que houvesse menos radicais livres, mas, surpreendentemente, não diminuiu a quantidade de energia total na célula.

Assim, ficou demonstrado que é possível introduzir alterações metabólicas que reduzam os radicais livres, alongando assim o período vital, e sem que se produzam em simultâneo efeitos secundários gravosos.

Mais informação em The Brown Daily Herald

12 de fevereiro de 2009

Descobriram novos materiais de vidro metálico

Uma equipa de científicos do Instituto Tecnológico da Califórnia (Caltech) criou um novo género materiais compostos estruturais de vidro metálico, baseados no titânio, mais ligeiros e baratos do que os que eles próprios tinham criado previamente, e que no entanto mantêm a sua dureza e maleabilidade, o que faz com que possam deformar-se sem quebrar-se.
No início de 2008, o mesmo grupo de
Caltech deu a conhecer novas estratégias para criar ligas que tivessem uma dureza e resistência superiores às de qualquer outro material viável conhecido.
Ainda assim, existiam pontos fracos nas ligas apresentadas nesse estudo. Como foram criadas para utilizar-se na indústria aeroespacial, entre algumas outras aplicações estruturais, precisavam ter densidades muito baixas, para pesar o menos possível. Idealmente deveriam obter ligas com densidades semelhantes às das ligas cristalinas de titânio, qualquer coisa como entre 4,5 e 5 gramas por centímetro cúbico (g/cc). As ligas originais, elaboradas maioritariamente de zircónio, tinham entre 5,6 e 6,4 g/cc, o que vinha a ser um sério problema para a sua utilização em estruturas aeroespaciais.
Então Douglas Hofmann, William Johnson e os seus colegas começaram a experimentar com pequenas mudanças nos componentes dos seus materiais compostos, conseguindo finalmente um grupo de ligas com uma alta percentagem de titânio, mas que mantinham as propriedades das ligas de zircónio antes criadas.
Mesmo baseando-se no titânio, estas ligas exibem as mesmas propriedades impressionantes do que as ligas originais de zircónio. Continuam a ser duras (ou seja, não gretam com facilidade) e continuam a ser maleáveis. Na realidade, são inclusive mais maleáveis do que as ligas que a equipa criou previamente.

Esta nova composição também deu como resultado uma redução no custo, porque o zircónio é um metal mais caro do que o titânio.

Ver mais em scitech-news.

10 de fevereiro de 2009

Autocarros na Noruega: Combustível fecal




Em Oslo, na Noruega, trabalha-se a sério nos novos combustíveis e na reciclagem. Até Setembro deste ano, devem entrar em funcionamento 80 autocarros, em fase experimental, movidos por um novo combustível: biometano proveniente de material fecal humano.

Os autocarros terão incorporadas máquinas que transformam o material fecal em gás metano. O metano funcionaria como combustível, fazendo andar o autocarro.

Duas estações de tratamento de esgotos serão modificadas para servirem de posto de abastecimento aos veículos. Em relação aos mesmos, não serão necessárias grandes alterações, para além da incorporação da máquina de obtenção do metano. 

A estimativa é que este biometano custaria 0,40 euros menos por litro do que o combustível utilizado actualmente (estimam 0,27 euros/litro do biometano contra 0,67 do diesel utilizado actualmente). 

Ainda, a emissão neta de CO2 pela queima do metano é nula (uma vez que o carbono utilizado no combustível provinha da atmosfera e não de combustíveis fósseis). Mas, tendo em conta a electricidade gasta no fabrico do metano a partir do material original, ainda assim a estimativa é de uma "poupança" de 44 toneladas de CO2 por autocarro por ano.

Se tudo correr bem nos testes, os 80 passarão a 400, toda a frota de Oslo, mesmo que para isso tenham que utilizar uma mistura de biometano com biogás proveniente de incineração de restos de cozinhas de restaurantes e de casas particulares (não sabemos se por falta de matéria prima para produzir suficiente biometano).

Ainda, as autoridades pensam que, se tudo correr bem, poderiam modificar também automóveis privados para que utilizassem biometano e biogás (das suas próprias cozinhas e casas de banho?). 

Isto é que é poupança ecológica. Mas ninguém falou dos cheiros nos autocarros...

Ver mais no Guardian


A criação dos continentes: separação animal

A Pangéia, continente único no inicio do Mesozoico, há 200 milhões de anos, quando surgiram os dinossauros, separou-se a meio, criando o mar de Thetys (posterior Mediterrâneo), formando dois supercontinentes, Laurásia, a norte, e Gondwana, a sul. 

O movimento não parou até ao momento, separándo-se mais e mais até o estado actual da Terra. 
E os continentes continuam a alterar a sua forma, segundo a tectónica de placas, mas não o veremos, o processo é muito lento.

Mas, consegue-se explicar o facto de haver dinossauros na Antártida, por exemplo, uma vez que esta, na altura dos grandes dinossauros, estava colada por baixo do que viria a ser o continente africano e por cima da Austrália.

E há outro facto animal, mais próximo, curioso: na altura do surgimento dos primeiros mamíferos, separaram-se em dois
 grandes grupos evolutivos, um em Laurásia, os placentários, e outro em Gondwana, os marsupiais (deixando de parte o pequeno grupo dos monotremas - equidnas e ornitorrincos -). 

Os placentários foram mais fortes evolutivamente, e quando se encontraram, na India e em África, os marsupiais dessapareceram. Na América do Sul estiveram juntos menos tempo, e unidos por uma faixa de terra mais estreita, pelo que ainda ficaram alguns.  Na Antártida dessapareceram pelo gelo. E ficaram em exclusividade, por tanto, onde estavam isolados: Austrália e Madagáscar.

Encontrei uma animação bem explicativa desta "complicada" teoria de deriva continental no Educational Multimedia Visualization Center (EMVC), da Universidade de Columbia e Santa Bárbara, que podem ver aqui. Se repararem bem, podem perceber como aconteceu a separação destes grupos de animais. 

8 de fevereiro de 2009

Titanoboa - Uma serpente com mais de 13 metros

Reconstrução da Titanoboa no seu meio

Comparação: vértebra de anaconda ou sucuri, no meio, sobre uma vértebra de Titanoboa

Numa mina de carvão em Cerrejón, localidade da Colômbia, foi recentemente descoberto o fóssil da maior cobra do mundo, com 13 metros de comprimento, e mais de uma tonelada de peso. 
Viveu á 60 milhões de anos, quando a zona era uma floresta tropical chuvosa.

Carlos Jaramillo, do Smithsonian Tropical Research Institute, e Jonathan Bloch,  do Museu de História Natural da Universidade da Flórida, organizaram diferentes escavações na Colômbia, que desenterraram os restos fósseis de uma nova espécie, à que chamaram "Titanoboa cerrejonensis" (boa gigante de Cerrejón). Durante meses, o grupo foi encontrando diferentes tipos de fósseis, até chegar à conclusão de que se tratava de uma serpente.

A descoberta da Titanoboa põe à prova nossos conhecimentos sobre os climas no passado e nos ambientes, assim como as limitações biológicas sobre a evolução das cobras gigantes, disse Jason Head, pesquisador associado do Museu Nacional de História Natural dos Estados Unidos, subordinado ao Smithsonian, e principal autor do artigo sobre a descoberta, que a revista Nature publicou recentemente.

Isso mostra toda a informação que se pode conseguir sobre a História da Terra, recorrendo ao registro de um réptil em seu estado fóssil, completou Head.

Para calcular o tamanho e o peso do ofídio, Head e David Polly, professor associado de Ciências Geológias na Universidade de Indiana, basearam seus cálculos no raio entre o tamanho das vértebras e o tamanho das cobras existentes hoje.

Os cientistas também encontraram ossos fossilizados de crocodilos e tartarugas, supostamente presas desse tipo de serpente naquela época.

Até hoje, a maior serpente conhecida tinha cerca de 10 metros, e a mais pesada 183 quilogramas, de acordo com o Smithsonian.

6 de fevereiro de 2009

Chips para "arranjar" Neuronios


A ciência está a desenvolver chips que poderiam ser utilizados para reparar tecidos danificados.

Científicos das universidades de Edimburg, Glasgow e Stirling conseguiram demonstrar que é possível fazer crescer neurónios em chips de silício de computador, seguindo padrões finos e pormenorizados. Acreditam, portanto, que se possa chegar a implantar chips nas pessoas para substituir nervos ou músculos danificados, e eventualmente até para o desenvolvimento de próteses.

A ideia consiste em imprimir padrões sobre o silício durante o seu processo de fabrico, e submergir então os chips numa mistura de proteínas (patenteadas pelos científicos), que permite que os neurónios cresçam segundo os padrões especificados na superfície dos chips.

Esta técnica também poderia ser utilizada com células mãe, dizem, e até supõem que poderia permitir o crescimento de qualquer tipo de tecido numa sequência predeterminada  para poder ser implantado como prótese no ser humano.

O professor Alan Murray, da Escola de Engenharia e Electrónica da Universidade de Edimburgo, disse que este é um pequeno mas importante passo no caminho a percorrer para atingir o objectivo a longo prazo de muitos científicos: o desenvolvimento de implantes cirúrgicos utilizando chips de silício.
Agora, diz Alan Murray, poderemos fazer chips de silício tanto com redes de circuitos como com padrões para o crescimento de células. Uma das áreas onde poderia aplicar-se esta investigação é nas próteses, se conseguir-mos que as células de tecidos danificados cresçam onde queremos que o façam

Ainda, diz que supõe um avanço perto da ficção científica. Mas o descobrimento, explica o investigador, também pode ter aplicações mais imediatas, como um método melhor para o desenvolvimento de medicamentos e para diminuir a necessidade de experimentar em animais estas novas drogas.

As novas medicinas, segundo o científico, poderiam ser experimentadas em chips de silício em vez de o ser em seres vivos.

Ver mais na BBC

5 de fevereiro de 2009

Cães para adopção






Este é um problema cada vez mais actual, na nossa sociedade: cães que precisam de novo dono. Normalmente por abandono. Quem pode abandonar um animal destes, depois de te-lo tido em casa?

Estes animais aqui, correspondem a uma serie deles disponíveis para adopção neste momento, em Cantinho do Tareco ou em Animais das Nossas Vidas, dois dos muitos lugares dedicados a tentar paliar este tipo de problema.

Vejam bem as caras deles, não fizeram com certeza mal a ninguém. Mas, por um motivo ou por outro, agora encontram-se assim: à espera de um novo dono. 

As suas histórias de vida, e outros pormenores sobre cada um destes cães, aparecem nos sites que indiquei antes, junto com mails de contacto, e com outras atrevidas propostas: 

- Quer  ser Padrinho / Madrinha de um destes cãozinhos? existe a hipótese: se não tiver espaço para eles, ainda pode mesmo assim contribuir à sua felicidade. 

- Ainda, existe inclusive um sorteio, com rifas a 1 euro, e cujo prémio é passar uma noite numa das Pousadas de Portugal... 

Verifiquem nestes sites que lhes indico, ideias não lhes faltam, precisam é de apoios. Quem pode ajudar?

3 de fevereiro de 2009

Clonação de um animal extinto

Bucardo, ou Ibex-dos-Pirenéus (Capra pyrenaica pyrenaica), extinto desde o ano 2000

Há uns meses, conseguiu-se, finalmente, pura ficção científica (quem não viu ou leu Jurassic Park?), a descodificação dos genes de um animal extinto, do mamute. Chegaram, com muito esforço científico, e novas técnicas de descodificação, até 80% do genoma, o que proporcionou dados inesperados sobre a vida e comportamentos dos mamutes. Isto foi em Novembro de 2008.

Mas a ciência não para, e cada vez vai mais depressa. Agora, foi clonado um animal extinto, pela primeira vez na historia da humanidade.

O animal é o Bucardo ou Ibex-dos-Pirenéus, em perigo de extinção desde 1973, e declarado extinto desde o ano 2000, quando foi encontrado o último exemplar morto à beira de um rio.

Os cientistas do Centro de Investigación y Tecnología Agroalimentaria de Aragón (CITA) extraíram o ADN da pele do animal, conservaram-no em azoto líquido, e, após varias tentativas, finalmente conseguiram: injectaram este ADN em óvulos de cabra, depois de ter eliminado o material genético dos mesmos, e conseguiram a clonação até ao nascimento.

No entanto, como tantas vezes aconteceu com a clonação de ovelhas, o animal clonado morreu pouco tempo depois do nascimento por problemas pulmonares.

Não é, com certeza, nada que não se possa solucionar em posteriores tentativas, como já sabemos pelas ovelhas, e não deixa de ser a primeira clonação de um animal extinto.

Agora, deve aparecer (e já começou) a segunda parte deste género de investigação: Podemos brincar a ser Deus? Até onde isto nos irá levar? Mas, também, podemos recuperar espécies já extintas? Podemos evitar que as que estão em perigo de extinção agora (e cada vez são mais) se extingam?

A ciência já o permite. Vamos ver agora o resto.

A partir de ojocientifico.



1 de fevereiro de 2009

Mimetismo: Tipos e exemplos (II)






Mimetismo, que usei como palavra genérica, na realidade corresponde aos animais que tentem parecer-se com outros animais, já seja como defesa ou para poder mais facilmente atacar a presa, ou ainda com fins reprodutores.

Os mimetismos de defesa são aqueles em que os animais tentam parecer-se a outros de mau
gosto, perigosos, venenosos ou agressivos, para não serem atacados, tal como a borboleta que se assemelha a um mocho ou a cobra do leite, que parece que se assemelha a um mocho ou a cobra do leite, que parece uma cobra coral (terrivelmente venenosa), sendo ela inofensiva.

Os mimetismos de ataque correspondem a animais predadores
que adoptam um aspecto parecido ao da presa para se puderem aproximar sem serem descobertos, como a aranha que se assemelha a uma das formigas que conformam a sua alimentação.

Os mimetismos reprodutores aparecem mais tipicamente em plantas, com flores ou partes delas que se assemelham à fêmea de um insecto, com o intuito de que o macho se pouse e acabe por fertilizar a planta.

Ainda, existe a camuflagem, em que os animais tentam não se diferenciar do meio em que vivem, confundir-se com ele, sendo que
também este comportamento é também válido tanto para defesa como para ataque.

Divide-se também a camuflagem em 2 tipos diferentes: homocromia (semelhança com o meio pela cor, tipicamente o
camaleão) e homotipia (semelhança com o meio pelo aspecto, como o bicho-pau ou o bicho-folha).

Tente discernir, nas imagens acima, quais correspondem ao mimetismo, quais à camuflagem, e quais são de defesa ou de ataque. É um bom exercício.