Aureus

Com este blog pretendo mostrar os últimos acontecimentos científicos, de maneira a ficarmos à par do que pôde ser feito pelos científicos neste momento, e dos últimos descobrimentos, e ao mesmo tempo oferecer curiosidades, engraçadas ou simplesmente esquisitas, do âmbito da ciência. Isto sempre numa linguagem acessível para todos, sem grandes complicações.
Lembrem-se que eu escrevo a estrutura, mas a vida do blog, o movimento, são os vossos comentários. Façam-os. Qualquer coisa que queiram, fico à vossa disposição.

26 de novembro de 2009

Arquitectura Orgânica: A casa Nautilus


O Nautilus de Javier Senosiain


O arquitecto mexicano Javier Senosiain  desenvolveu um novo conceito, que denominou arquitectura orgânica, no que tenta estabelecer um novo género de relação entre o homem e o seu meio ambiente, à procura do espaço natural e a integração entre a casa e a natureza envolvente.

















Este arquitecto, professor na Faculdade de Arquitectura da UNAM, trabalha com materiais baseados no cimento e aço, com pouca necessidade de manutenção estrutural e grande resistência aos terramotos.

















E das suas obras realço esta, o Nautilus, que podem apreciar nas fotografias e no vídeo, e que consiste numa reprodução bastante aproximada de um Nautilus, uma casa em espira, com muitos jogos de luzes, sem separações internas e na que dominam totalmente as formas curvadas.


















Esta casa encontra-se em Bandra, um bairro de Mumbay (antiga Bombay), na Índia, e nela vive Sachin Tendulkar, um muito popular jogador de cricket, e a sua família. E convêm lembrar que o cricket na Índia é como o futebol para nós, e os seus grandes jogadores são reconhecidos e têm ordenados semelhantes aos futebolistas à nossa volta.




25 de novembro de 2009

Oceanos de lixo



Faça click para ampliar


Temos um problema com o lixo, nos oceanos. E o temos todos nós. 



Surge este problema por vários motivos. 


Deitamos o nosso lixo ao mar, desde os barcos mas principalmente desde as costas (ou desde os rios), em quantidades cada vez maiores e sem nos preocuparmos muito, porque o lixo que cada um de nós atira não é muito, e o mar é muito grande, pelo que o lixo dilui-se e acabou.



Somos muitos, muitíssimos, os que fazemos isto, pelo que a quantidade final, para a que todos contribuímos, é impresionantemente grande.


Os plásticos (especialmente) não são degradados com facilidade (na realidade, só se degradam com muita dificuldade), pelo que se acumulam continuamente uns lixos com os seguintes. E na sua maioria flutuam.


Ainda, as correntes marinhas, criam "zonas mortas" às que vai parar a maior parte dos objectos que flutuam numa determinada (e muito grande) zona do oceano.



O resultado é o aparecimento de enormes lixeiras flutuantes, das que a maior ou pelo menos a mais estudada é a Great Garbage Patch, no oceano Pacífico, com um tamanho superior ao dobro da península Ibérica.


Há vários projectos, de alguns dos quais deixo-vos os links, que estão a tentar diferentes aproximações ao problema, desde a simples divulgação (que é importante) até alguns métodos para tirar os plásticos do oceano.


Há ainda outros problemas, como as aves aquáticas que se alimentam de plásticos flutuantes, com os resultados que se podem apreciar nas fotografias de pintainhos (fotografias tiradas por Chris Jordan em Midway sem tocar nem modificar nada nas aves, tal como as encontrou).


Este problema esta a atingir níveis dramáticos. E depende de cada um de nós, não dos outros. Não o deveríamos esquecer.


Referências:


Organizações:
Organização The Great Garbage Patc
Projecto Kaisei 
A expedição Plastiki 
Greenpeace 
Organização Mindfully 


Blogs:
Blog Cambio de actitud 
Blog Inhabitat 


Noticias publicadas em:
The Independent 
The Telegraph 
Discover Magazine 
BBC 
CNN 

19 de novembro de 2009

Os cogumelos do Caminho de Santiago




Uma amiga e colega minha, Leila, decidiu fazer o Caminho de Santiago. Desde Ponferrada, concretamente, até Santiago, percorreu 220 quilómetros em 12 dias, entre 5 e 17 de Novembro, por umas bonitas terras do norte da Espanha, levando como única companhia a sua máquina fotográfica.


Nesta húmida época do ano, nesta húmida zona, encontrou cogumelos. Não é de estranhar. E emprestou-me as fotografias para publica-las aqui, indicando que são, simplesmente, cogumelos encontrados no Caminho de Santiago


Curioso.


O caminho seguido, para quem sinta curiosidade, foi: 



Lisboa, Ponferrada, Columbrianos, Fuentes Nuevas, Camponaraya, Cacabelos, 



Pieros, Villafranca Del Bierzo, Pereje, Trabadelo, Portela, Ambasmestas, 



Vega De Valcarce, Ruitelán, Herrerías, La Faba, Laguna De Castilla, O Celeiro, 



Liñares, Hospital De La Condesa, Padornelo, Alto Del Poio, Fonfría, Biduedo, 



Filloval, As Pasantes, Ramil, Triacastela, Balsa, San Xil, 



Fontearcuda, Furela, Pintín, Calvor, Aguiada, San Mamede Do Camiño, 



S.Pedro Do Camiño, Vigo, Sarria, Vilei, Barbadelo, Rente, 



Mercado, Mouzós, Leimán, Peruscallo, Cortiñas, Lavandeira, 



Casal, Brea, Morgade, Ferreiros, Mirallos, Pena, 



Rozas, Moimentos, Cotarelo, Mercadoiro, Moutras, Parrocha, 



Vilacha, Portomarín, Toxibó, Gonzar, Castromaior, Hospital De La Cruz, 



Ventas De Narón, Prebisa, Ligonde, Eirexe, Portos, Lestedo, 



Valos, Rosario, Palas De Rei, Carballal, Alagua, San Xulián, 



Pallota, Casanova, Porto De Bois, Campanilla, Cornixa, Leboreiro, 



Disicabo, Furelos, Melide, Santa Maria, Cementerio/Capilla, Raido, 



Parabispo, Peroxa, Boente De Riba, Boente De Baixo, Castañeda, Pomariño, 



Pedrido, Rio, Ribadiso De Baixo, Ribadiso De Riba, Ribadiso De Carretera, Arzua, 



As Barrosas, Raido, Fondevila, Cortobe, Pereiriña, Tabernabella, 



Calzada, Calle, Boavista, Alto, Salceda, Ras, Xen, 



Brea, Rabiña, Santa Irene, Rúa, Burgo, Arca, 



San Antón, Amenal, Cimadevila, Lavacolla, San Marcos, Monte Del Gozo, 



Santiago De Compostela, Lisboa. 



Só isso.

18 de novembro de 2009

O hipocampo e a neurogénese: Arquivando memória


Neurogénese no hipocampo


Há pouco tempo destruiu-se um velho mito da neurociência, quando se descobriu a neurogénese em adultos (Antes pensava-se que não eram criados novos neurónios nos indivíduos adultos). Mas o descobrimento da neurogénese nos adultos deixou-nos também novas dúvidas: Para quê servem estas novas células? Como as utilizamos? 



Um estudo recente, publicado em cell , indica que os novos neurónios ajudam no processo de armazenagem das antigas memórias, transferindo-as do hipocampo para o neocórtex, fazendo assim com que passem a ser permanentes, e libertando espaço para a entrada de novas memórias no hipocampo.


O hipocampo, cujo nome provêm do parecido anatómico com o cavalo-marinho, é uma pequena zona do cérebro pela que entram as novas memórias ou lembranças no nosso cérebro. Após aproximadamente um mês, estas memórias são transferidas para o neocórtex, onde ficam armazenadas de forma permanente. 



Neogénese (novos neuronios em côr-de-rosa) no hipocampo normal, en cima. Em baixo hipocampo dum rato com neurogénese defeituosa. 


O neocórtex é uma parte do cérebro dos mamíferos (fundamentalmente a parte frontal), especialmente desenvolvida nos primatas, e muito especialmente desenvolvida no Homo sapiens. Alguns outros animais, como algumas aves e inclusive algumas tartarugas, têm estruturas cerebrais com funções relativamente parecidas (também servem para arrecadar as memórias), mesmo que diferentes estruturalmente. A eficiência do neocórtex depende da sua superfície, pelo que quantas mais circunvalações apresente melhor irá funcionar (porque terá mais superfície). E nisso, o cérebro humano supera em muito todos os outros.  


Já se sabia que quem tenha danificado (ou lhe tivesse sido removido, como foi o caso num tratamento experimental contra a epilepsia) o hipocampo, tem dificuldade em reter novas memórias, mesmo mantendo as lembranças mais antigas. Na doença de Alzheimer, por exemplo, o hipocampo é uma das primeiras zonas afectadas.


E o estudo agora realizado, fazendo experiências com ratos, demonstra que indivíduos com problemas de neurogénese (criação de novos neurónios) no hipocampo apresentam também dificuldades de retenção de novas memórias permanentes: criando-lhes novas memórias, e desactivando o hipocampo com medicamentos um mês depois, os indivíduos normais retinham as memórias, enquanto que os que tinham problemas de neurogénese demonstravam não se lembrar destas novas memórias.


Procurando indivíduos com uma taxa de neurogénese superior à normal, repetiram a experiência desactivando antes o hipocampo, e chegaram à conclusão de que efectivamente os indivíduos com formação mais rápida de novos neurónios também retinham as memórias permanentemente de maneira mais rápida.


Os autores chegaram assim à conclusão de que a neurogénese no hipocampo  limpa o mesmo das memórias recentes, transferindo-as para o armazém definitivo no neocórtex, e deixando livre o hipocampo para receber novas memórias recentes.


Em qualquer caso, alguns científicos indicam que este estudo, mesmo que claramente interessante, não necessariamente determina a função da neurogénese (nem explica como o faz, propriamente), mas acrescentam que sem dúvida abre, isso sim, um caminho para uma nova linha de investigação muito promissora.


Visto em Science