Aureus

Com este blog pretendo mostrar os últimos acontecimentos científicos, de maneira a ficarmos à par do que pôde ser feito pelos científicos neste momento, e dos últimos descobrimentos, e ao mesmo tempo oferecer curiosidades, engraçadas ou simplesmente esquisitas, do âmbito da ciência. Isto sempre numa linguagem acessível para todos, sem grandes complicações.
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21 de janeiro de 2010

Respiração externa: Bactérias que respiram pedras


Bactérias da familia Shewanella, algumas das estudadas


Existem muitos ambientes na Terra nos que não há oxigénio, e, no entanto, vivem bactérias neles, as bactérias anaeróbias.


A respiração, a nível celular, consiste fundamentalmente na ruptura de ligações químicas obtendo a célula dessa maneira a energia necessária para o seu funcionamento. Neste processo produz-se uma libertação de electrões, que devem ser aceites por alguma molécula para que o mesmo fique finalizado.


O processo de redução mais conhecido, a respiração aeróbia, utiliza oxigénio molecular (O2) e glucose (da que a fórmula resumida é C6H12O6), e acaba libertando água (H2O) e dióxido de carbono (CO2). Este é o processo que nós utilizamos, e nele é imprescindível o oxigénio.


As bactérias anaeróbias vivem em ambientes sem oxigénio, pelo que têm que reduzir outros elementos, nomeadamente (mas não só) o ferro (Fe) e o manganésio (Mn).


Mas o recente descobrimento do Professor David Richardson, da Escola de Ciências Biológicas da Universidade de East Anglia, e a sua equipa, é um mecanismo pelo que muitas destas bactérias conseguem utilizar minérios com estes elementos para respirar, mas externamente, emitindo os electrões sobrantes fora do seu corpo através da parede bacteriana, para que sejam aceites por pedras ricas nestes compostos, ou seja, emitem descargas eléctricas ao exterior. Este descobrimento foi publicado recentemente na prestigiosa revista PNAS.



Segundo indicam os investigadores, isto poderia supor um grande avanço nas investigações sobre pilhas de combustível (utilizando como combustível resíduos humanos ou agrícolas, e as bactérias como produtoras de electricidade), assim como na limpeza de meios contaminados com petróleo ou com urânio radioactivo (utilizando o petróleo como alimento das bactérias, ou o urânio como possível aceitador de electrões), ou em muitas outras linhas de investigação que apareçam.


Ver mais em Scitech News ou no comunicado de imprensa da Universidade de East Anglia.

1 comentário:

  1. Senhores, boa tarde! acima há um equívoco, pois Mn é Manganês e Magnésio como está escrito É Mg!

    Manganésio não existe!

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