Aureus

Com este blog pretendo mostrar os últimos acontecimentos científicos, de maneira a ficarmos à par do que pôde ser feito pelos científicos neste momento, e dos últimos descobrimentos, e ao mesmo tempo oferecer curiosidades, engraçadas ou simplesmente esquisitas, do âmbito da ciência. Isto sempre numa linguagem acessível para todos, sem grandes complicações.
Lembrem-se que eu escrevo a estrutura, mas a vida do blog, o movimento, são os vossos comentários. Façam-os. Qualquer coisa que queiram, fico à vossa disposição.

24 de junho de 2010

Vantagens do parto natural: A cesariana pode prejudicar o sistema imunológico

Parto natural: As bactérias vaginais colonizam o bebé


Parece que a via do nascimento pode ter influência no desenvolvimento do sistema imunológico do bebé. E isto por causa das bactérias que colonizam inicialmente o recém nascido.


Lactobacillus
Num estudo recente, demonstrou-se que as bactérias da pele, nariz, boca e recto dos meninos nascidos por cesariana são claramente diferentes das que aparecem nos meninos nascidos vaginalmente.


Já se tinha sugerido que os nascidos por cesariana pareciam desenvolver alergias, asma e outras doenças associadas ao sistema imunológico com mais facilidade do que os nascidos por parto natural. Este novo estudo, publicado online o dia 22 de Junho em Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), explica a colonização inicial do bebé pelos micróbios, e como isto afecta ao sistema imunológico, à extracção de nutrientes a partir dos alimentos ou a ter ou não mais micróbios nocivos.


Os nascidos naturalmente possuem muitos Lactobacillus, provenientes da vagina da mãe, que ajudam na digestão do leite, junto com uma mistura de bactérias muito específica de cada mãe. Os nascidos por cesariana, pelo contrário, são colonizados inicialmente por um conjunto de bactérias genéricas e potencialmente prejudiciais, como Staphylococcus e Acinetobacter, típicas da pele da mãe e também habituais nos hospitais.
Cesariana


Esta colonização inicial, que rapidamente se expande, vai determinar a população bacteriana inicial do individuo, influindo também no desenvolvimento do sistema imunológico da criança, segundo os investigadores que apresentaram o artigo.


Diz Gary Huffnagle, da Universidade de Michigan, um dos autores, que este estudo vai permitir avançar na compreensão do desenvolvimento inicial do sistema imunológico nos bebés, o qual pode também ser influído pela amamentação, podendo assim ajudar a determinar as melhores práticas médicas no sentido de propiciar o desenvolvimento de um ecossistema microbiano mais saudável no bebé.


Staphylococcus
Resumindo, as bactérias vaginais da mãe que cobrem o corpo do bebé no parto natural são saudáveis, ajudam na alimentação e propiciam um bom desenvolvimento do sistema imunológico do bebé. Na cesariana, as bactérias que colonizam o bebé são fundamentalmente as da pele da mãe e outras habituais dos hospitais, todas elas menos saudáveis e até potencialmente prejudiciais para o mesmo.


Portanto, mesmo sendo a cesariana muitas vezes medicamente indispensável, ou muito recomendada, também tem os seus inconvenientes, sendo mais saudável para o recém nascido o parto vaginal.


Visto inicialmente em ScienceNews

23 de junho de 2010

TanDEM-X e TerraSAR-X: Novo mapa da Terra em 3D

Simulação de funcionamento do TanDEM-X e TerraSAR-X


O 21 de Junho lançou-se o TanDEM-X, um satélite de observação da Terra que, conjuntamente com o seu gémeo, TerraSAR-X, lançado em 2007, vão obter um mapa em 3 dimensões da Terra com uma precisão muito superior às que anteriormente existiam.


Entre os dois satélites, que circularão a 514 quilómetros de altitude e separados tão só por umas centenas de metros (entre 250 e 500 metros), obterão um mapa 3D da Terra homogéneo, com uma precisão inferior a 2 metros. Durante 3 anos, vão percorrer várias vezes a superfície completa da Terra, obtendo um mapa 3D dos 150 milhões de quilómetros quadrados que compõem a superfície do nosso planeta, com o detalhe indicado, muito superior a qualquer outro existente anteriormente.




Ainda, a tecnologia utilizada, interferómetro radar de alta resolução de abertura sintética (SAR), permite obter imagens da superfície independentemente das circunstâncias climatológicas, perpassando através das nuvens e gases, e sendo independentes da luz ambiente.


Para conseguir estas imagens, os dois satélites devem estar muito próximos um do outro (o que é um grande repto para os controladores), e um deles a enviar pulsos de micro-ondas constantemente à superfície da Terra, ao mesmo tempo que os dois funcionam como receptores do sinal repelido, para obter assim as imagens com a resolução indicada.


Este projecto foi desenvolvido pelo Instituto de Micro-ondas e Radar do Centro Aeroespacial Alemão (DLR) em Oberpfaffenhofen, Baviera, em parceria com a empresa espacial europeia Astrium GmbH, e prevê-se que a utilização científica dos dados seja gerida pelo DLR, enquanto que a comercialização a terceiros interessados deve ser encomendada a Infoterra, uma filial de Astrium especializada no processamento de dados de satélites e aviões.


As possíveis aplicações são muitas, desde o apoio ao voo ultra baixo de aviões militares até a ajuda na verificação de danos em terramotos, entre outras.


O custo total da missão ascendeu até 165 milhões de euros, dos quais o centro DLR investiu 125 milhões e Astrium 40 milhões.


Podem-se ver aqui e aqui dois vídeos e mais explicações.


Visto inicialmente na BBC

11 de junho de 2010

Toyota Auris HSD: O híbrido funcional e ecológico

Toyota Auris HSD, o novo híbrido da Toyota

A Toyota experimentou com o Prius, investigou, desenvolveu a tecnologia, e agora, uma vez madura, dá o salto a outros segmentos de mercado, lançando o Auris HSD.


O carro não resulta, evidentemente, o mais ecológico do mercado, porque não é puramente eléctrico, mas sim resulta funcional, porque mantém as prestações dos carros de gasolina ou gasóleo, sendo parcialmente eléctrico, e tendo portanto consumos muito inferiores aos tradicionais (3,8 l/100 Km., tanto urbano como estrada ou misto). Assim, não há que sacrificar a potência: prometem 10,4 segundos dos 0 aos 100 Km./h, conseguidos com os seus 136 cv, provenientes em parte do seu motor de gasolina (1.8 de 99 cv) e em parte do eléctrico (83 cv).


Ainda, poupa-se na manutenção, porque a mesma não é necessária nos componentes híbridos.


Em cidade, pode inclusive funcionar como puramente eléctrico, durante um máximo de 2 quilómetros, sempre que não se ultrapasse os 50 Km./h, o que vai permitir fazer uma boa parte do trajecto urbano. E este funcionamento puramente eléctrico surpreende também pela sua potência, especialmente nas arrancadas de semáforos ou stops.


A comodidade é semelhante à dos outros modelos Auris, destacando o conforto acústico: O barulho praticamente não existe, podendo chegar-se a pensar que o carro é totalmente eléctrico.


As baterias são carregadas durante o processo de travagem: cada vez que se trava, o motor eléctrico funciona como gerador, carregando as baterias.



Convêm salientar também dois factores que induzem a ter uma maior confiança no veículo: O seu construtor, a Toyota, o maior fabricante de veículos do mundo, que detêm um índice de fiabilidade muito elevado, e os anos de investigação e aperfeiçoamento da tecnologia híbrida: Já não é uma tecnologia experimental, muito pelo contrario, depois do prius, apresenta-se agora como una tecnologia madura e contrastada, que não só vai surgir no novo Auris HSD como que, em poucos anos, a Toyota a vai introduzir em diferentes veículos abrangendo todos os segmentos do mercado.


Finalmente, o preço previsto é bastante acessível, semelhante ao do diesel equivalente na gama, o que indica que para a Toyota também não é uma experiência, mas um modelo mais no mercado, perfeitamente funcional, com prestações e preço semelhantes aos outros modelos, mas menos barulhento, mais ecológico e com custos de manutenção inferiores.


O seu lançamento está previsto para Setembro deste ano. Podem ver aqui um vídeo promocional: