As diferentes raças de cães devem ter tido um antecessor comum, um lobo, na China
A discussão sobre a origem do cão é longa e controvertida, mas o último estudo sobre o tema sugere que foi originado a partir de lobos domesticados, no Sudeste Asiático (China), há uns 16.000 anos.
Parece que os investigadores concordam em que os cães descendem dos lobos, mas quando e onde surgiram é mais controvertido.
Para o poder determinar, a equipa de Peter Savolainen do KTH-Real Instituto de Tecnologia de Estocolmo investigou as linhas genéticas, estudando o DNA mitocondrial de lobos e cães.
Os estudos genéticos sobre o DNA mitocondrial são melhores para estudar as linhas evolutivas, porque as mitocôndrias são transmitidas exclusivamente por linha maternal (não há misturas dos reprodutores) e apresentam relativamente poucas mutações.
Os estudos realizados por esta equipa em 2002 determinaram que os cães surgiram da domesticação de lobos no Sudeste Asiático, e num só momento (pelo que todos os cães do mundo devem ter tido origem nesses progenitores).
No mês passado, no entanto, surgiu um novo estudo, realizado em cães de aldeias africanas, que indiciava uma diversidade genética entre eles semelhante à que tinha sido observada no Sudeste Asiático. Uma maior diversidade genética implica geralmente uma maior antiguidade da população, mas neste caso não pensaram que a origem do cão estivesse na África, uma vez que lá não há lobos cinzentos, que supostamente são os antecessores dos cães. Mas sim acreditaram que a teoria do Sudeste Asiático, surgida a partir do estudo de muitos menos exemplares, poderia estar enganada.
Recentemente, uma equipa liderada por Savolainen e Ya-Ping Zhang, do Instituto de Zoologia de Kunming da Academia Chinesa de Ciências, realizaram um estudo muito mais exaustivo de DNA mitocondrial de cães e lobos, a partir de mais de 1.500 animais provenientes da Europa, África e Ásia, e chegaram à mesma anterior conclusão de Savolainen: A origem deve ser única e estar localizada numa pequena região ao sul do rio Yang-tsé, na China.
De todas as maneiras, ainda restam muitos críticos a estas conclusões, e provavelmente deverão surgir novas teorias sobre a origem do nosso inseparável companheiro, nomeadamente em relação ao quando e ao onde da sua aparição. Ficaremos atentos.
Visto em Science
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