Aureus

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17 de março de 2009

O tubarão branco não descende do Megalodonte






O grande tubarão branco parece que descende do Mako e não do Megalodonte



Investigadores da Universidade da Florida (Estados Unidos) confirmam no último número do Journal of Vertebrate Paleontology que os tubarões brancos actuais (Carcharodon carcharias) evolucionaram do tubarão mako de dentes largos e não do Megalodonte (Carcharodon megalodon), o peixe carnívoro maior que se conheceu, como alguns paleontólogos achavam. Os resultados baseiam-se no fóssil de uma espécie primitiva de tubarão branco de entre 4 e 5 milhões de anos de antiguidade.



Este fóssil foi encontrado numa zona desértica do Peru, e apresenta novos dados sobre os antepassados dos temidos tubarões brancos.


Encontrar fósseis de tubarões é pouco habitual uma vez que os esqualos têm a maior parte do seu esqueleto formado por cartilagem. Do novo espécimen, no entanto, conservaram-se grande parte da coluna vertebral, 45 vértebras, a cabeça e uma boca com 222 dentes.


O achado poderia por fim a um antigo debate sobre a árvore evolutiva destes animais. Desde há mais de 150 anos os paleontólogos debatem se o tubarão branco (Carcharodon carcharias) é um parente mais pequeno da linha de espécies à que pertence o enorme Carcharodon megalodon, ou se procedia do mako de dentes largos .



De acordo com o grupo que defendia a linha do tubarão mako, deveria ter-se mudado o nome do género do Megalodonte , que mediu até 18 metros de cumprimento, para diferenciar entre os ancestrais. A investigação publicada no Journal of Vertebrate Paleontology confirma que o Megalodonte e os modernos tubarões brancos estão muito menos relacionados do que alguns paleontólogos achavam.


Baseando-se no tamanho dos dentes e na análise dos anéis de crescimento intervertebrais, os investigadores chegaram à conclusão de que o tubarão fóssil devia ter uns 20 anos e medir de 5 a 5,5 metros de cumprimento. Os resultados apontam a que se trata de uma espécie de tubarão branco estreitamente ligado ao Isurus hastalis, um tubarão mako de dentes largos que chegou a alcançar um tamanho de 8 metros de cumprimento e que viveu há 9 milhões de anos.


O Megalodonte deve ter sido contemporâneo deste outro tubarão, mas tinha um tamanho de até 18 metros ou mais, o que evidencia as grandes diferenças entre uma e outra espécie, enquanto que o fóssil encontrado e o tubarão branco têm tamanhos muito semelhantes.



Os grossos dentes com formato de serrote do fóssil de tubarão são a prova de uma transição entre os tubarões mako de dentes largos, que comem fundamentalmente peixes, e os modernos tubarões brancos. Aqui temos um tubarão que está a adquirir dentes com forma de serrote e que se está a converter num tubarão branco, mas que ainda o não é, explicou Dana Ehret, da Universidade da Florida, principal autor do estudo.


O exemplar fóssil de tubarão provinha de uma zona conhecida como a Formação Pisco que há 4 milhões de anos era um resguardado entorno marinho pouco profundo, ideal para a conservação dos esqueletos, e onde para além do esqualo encontraram-se outros fósseis de animais marinhos.



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