Aureus

Com este blog pretendo mostrar os últimos acontecimentos científicos, de maneira a ficarmos à par do que pôde ser feito pelos científicos neste momento, e dos últimos descobrimentos, e ao mesmo tempo oferecer curiosidades, engraçadas ou simplesmente esquisitas, do âmbito da ciência. Isto sempre numa linguagem acessível para todos, sem grandes complicações.
Lembrem-se que eu escrevo a estrutura, mas a vida do blog, o movimento, são os vossos comentários. Façam-os. Qualquer coisa que queiram, fico à vossa disposição.

4 de março de 2010

Onde o Google não é o rei: Yahoo, Baidu, Yandex, Naver e Seznam



São estes nomes pouco conhecidos nesta zona do planeta (exceptuando o Yahoo), mas todos eles são líderes nos seus respectivos países, a frente (ou muito a frente) do Google


Os motivos são vários, mas principalmente é a sua adaptação ao respectivo país, à sua maneira de pensar e aos seus costumes, o que os faz mais atractivos para os seus utilizadores.




No Japão, o Yahoo (na sua adaptação japonesa) é o líder com mais de 50% do mercado, e falamos do segundo mercado de publicidade mundial, com mais de 90 milhões de pessoas ligadas com banda larga. A versão japonesa do Yahoo é propriedade de uma empresa japonesa no 65%, e está muito adaptada à realidade do país.




O Baidu é o rei num só país, mas este país é a China, o que o transforma num dos sites da Internet mais vistos do mundo (segundo Alexa está no 8º lugar). Tem dois grandes motivos para dominar o mercado: A indexação nos diferentes idiomas chineses e as correspondentes pesquisas não funcionam tão bem com o Google como com o Baidu, criado para fazer isso, e ainda o controlo do governo é mais fácil neste motor "próprio" do que no gigante americano.




O Yandex (Yet Another Index) é o principal motor de pesquisas na Rússia. E ainda é também um portal, que oferece outros serviços populares aos seus utilizadores. Também executa as pesquisas mais eficazmente do que o Google em cirílico, e ainda utiliza a localização geográfica do utilizador para diferenciar os resultados.




O Naver é o rei na Coreia do Sul, e isto acontece fundamentalmente por motivos culturais: Os coreanos baseiam-se muito mais em redes sociais (são enormes e muito utilizadas) do que em pesquisas puras, confiam mais nas pessoas do que nas máquinas. E o Naver consegue gerir estas redes melhor do que ninguém.




E na República Checa o motor de pesquisa mais utilizado é o Seznam, que também possui outros serviços, e que faz índices e filtragens também de imagens relevantes. Ainda, as diferenças culturais, mais uma vez, fazem com que muitos utilizadores checos prefiram este motor.


De todas as maneiras, como é evidente, o Google continua a ser o rei a nível mundial, e mesmo com os avanços do jovem Bing, ainda está muito à frente. Mas nada é definitivo, e ainda menos neste mercado.


Visto originalmente na BBC



2 de março de 2010

A serpente que comia dinossauros



Reconstrução da situação encontrada, desenhada por Tyler Keillor, da Universidade de Chicago


Em Gujarat, no Oeste da Índia, encontrou-se um extraordinário fóssil, em sedimentos com 67 milhões de anos de antiguidade. Trata-se dos restos quase completos duma serpente num ninho de dinossauro saurópode. Estes dinossauros são uns dos maiores animais que pisaram alguma vez a Terra.


A serpente encontrava-se enrolada à volta de um ovo de dinossauro, e ao lado de um bebé recém nascido.


No mesmo sitio geológico encontraram-se outros ninhos de dinossauros junto a restos de serpente, o que vem a indicar o género de alimentação destas serpentes.


Este descobrimento foi realizado por uma equipa paleontologista internacional dirigida por Jeff Wilson, da Universidade de Michigan, e Dhananjay Mohabey, do Serviço Geológico da Índia, e a investigação de campo foi financiada pela National Geographic Society. Foi publicado na prestigiosa revista PLoS Biology.


Esta nova espécie de serpente, baptizada Sanajeh indicus, proporciona informação também sobre a diversificação das serpentes. Actualmente as serpentes possuem características mandíbulas montadas sobre partes móveis do crânio o que lhes permite ingerir grandes animais. No entanto, a Sanajeh indicus só apresenta parcialmente estas características, mesmo podendo ingerir o bebé de saurópode (de meio metro de cumprimento), sendo o seu próprio corpo de uns 3,5 metros. 


Especulam os paleontólogos se as serpentes terão seguido como linha evolutiva o aumento do tamanho do seu próprio corpo para poder ingerir animais de maiores dimensões, uma vez que devem ingeri-las sempre inteiras (as serpentes não possuem mecanismos, como dentes ou garras, capazes de partir as presas em partes menores).


Os parentes mais próximos desta serpente encontram-se na Austrália, o que vem a confirmar mais uma vez a origem da Índia no antigo continente sul de Gondwana.


Podem ver aqui um vídeo da Universidade de Michigan onde explicam o descobrimento.


Visto inicialmente em Eurekalert 





1 de março de 2010

Formigas do deserto cheiram a paisagem em estéreo

Formigas Cataglyghis fortis

Há umas formigas, no deserto da Tunísia, que cheiram em estéreo: Recebem os cheiros nas suas antenas, e com isso conseguem reproduzir de alguma maneira o espaço à sua volta, uma paisagem de odores, que lhes permite situar-se e encontrar o seu formigueiro.

O doutor Markus Knaden e colegas seus, do Instituto Max-Planck para a Ecologia Química em Jena, Alemanha, investigaram a orientação olfactiva da formiga do deserto Cataglyphis fortis, e publicaram os seus resultados na revista Animal Behaviour, editada on-line por ScienceDirect.

Conseguem fazê-lo fundamentalmente determinando as direcções das que provêm os diferentes odores, em simultâneo com as suas duas antenas, o que lhes confere a distribuição espacial, criando uma espécie de mapa mental da área envolvente.

Já era conhecido que outros animais (pombos, ratos e o ser humano) podem também cheirar em estéreo, mas estas formigas são o primeiro animal conhecido que consegue usar os odores para a orientação espacial.

Estas formigas afastam-se do seu formigueiro até 100 metros, e depois conseguem encontrar a entrada do mesmo num ambiente como o deserto, no que é difícil encontrar referências de paisagem visual na sua escala.

Com diferentes experiências, os científicos determinaram que as formigas o conseguem graças aos odores (especificamente a 4 diferentes odores que colocam à volta da entrada do formigueiro), e que precisam das 2 antenas para poder localiza-lo. Portanto, não só detectam os 4 cheiros, mas também as posições relativas de maneira que coincida com a imagem olfactiva da entrada do formigueiro.

Ver mais na BBC.