Aureus

Com este blog pretendo mostrar os últimos acontecimentos científicos, de maneira a ficarmos à par do que pôde ser feito pelos científicos neste momento, e dos últimos descobrimentos, e ao mesmo tempo oferecer curiosidades, engraçadas ou simplesmente esquisitas, do âmbito da ciência. Isto sempre numa linguagem acessível para todos, sem grandes complicações.
Lembrem-se que eu escrevo a estrutura, mas a vida do blog, o movimento, são os vossos comentários. Façam-os. Qualquer coisa que queiram, fico à vossa disposição.

7 de dezembro de 2009

A nova cimeira de Copenhaga




Desde o dia 7 até ao 18 de Dezembro, vai haver um debate no que vão participar milhares de peritos e representantes de 192 países, sobre a mudança climática.



Mais uma vez, vai-se tentar determinar até que ponto é grave o problema, talvez se fale de até que ponto tem a ver efectivamente com o ser humano, e vai-se tentar também acordar medidas mais eficazes que as actuais para combater este problema.


Esta cimeira vem precedida de um escândalo, o dos e-mails pirateados e publicados do Painel Intergovernamental sobre a Mudança Climática (IPCC), um organismo muito influente e o que mais defende a grande influência da actividade humana no aumento de temperaturas.


Por um lado, não deve ser inocente o aparecimento deste "Climagate", como já lhe chamam, em vésperas da cimeira. Evidentemente há quem, interesseiramente ou não, promove que a mudança climática não tem nada a ver com a actividade humana, ou, inclusive, que não existe tal mudança climática, e para isso apoiam-se nos deturpados dados que tenha podido apresentar o IPCC, deixando entrever que o mesmo devem estar a fazer outros grupos de investigadores.



Por outro, o IPCC demonstrou, desde o meu ponto de vista, a influência que podem chegar a ter os seres humanos e as suas próprias ambições (sejam económicas, sejam de prestigio ou influência) nos dados que finalmente são revelados ao grande público. Parece claro que o IPCC obtinha os dados, e proporcionava os dados ao grande público, demonstrando as suas teorias. Simplesmente, se os dados não as confirmavam, alteravam-os antes de os publicar. E se algum científico não concordava, usavam a sua influência para o ostracizar. É uma pena que sejam científicos, mas é evidente, deixam isso  bem obvio, que são antes de mais humanos, com todas as ambições inerentes à sua condição.


Deveríamos todos tentar pensar a partir dos dados proporcionados por diferentes entidades, com posições a favor e contra. E, desde o meu ponto de vista, o resultado é que existe uma mudança climática, que consiste num aquecimento gradual global, que não consigo atribuir na sua totalidade à actividade humana, a pesar de que imagino que a sua influência deve existir. E ainda o excesso de consumo energético, e o excesso de produção de contaminantes (mesmo tendo em conta que o aumento do CO2 na atmosfera, assim como o da temperatura, possa ser positivo para o crescimento das plantas no geral, o que se traduziria em vantagens no geral para os seres vivos), acaba por ser um factor negativo para os seres humanos, que deveríamos pelo menos diminuir se não o conseguir-mos eliminar.



Evidentemente não devemos confundir seres vivos com seres humanos, não somos mais do que uma pequena parcela deles e não sempre compartimos os mesmos objectivos. De facto, provavelmente os compartimos menos vezes das que deveríamos. E não devemos esquecer que não somos, como espécie, mais do que uma pequena anedota no nosso planeta. Pelo menos por enquanto. Se desaparecêssemos não seria o fim do mundo, mas o de uma espécie, que viveu 2 milhões de anos e que se poderia considerar a espécie dominante durante 5.000 anos, com sorte. A comparar com os 65 milhões de anos nos que os dinossauros foram dominantes, não parece que os hominídeos saiam a ganhar.


Mas defendemos a nossa espécie contra todas as outras se fizer falta, como fazem todas as outras espécies. É um comportamento natural. E, portanto, considero que diminuir o nosso consumo energético e a nossa poluição deve ser um aspecto prioritario, porque evidentemente prejudicam-nos como espécie. O aquecimento global também nos prejudica directamente, aconteça por culpa da actividade humana ou geológica, pelo que também devemos combati-lo no que seja possível.


E há outros factores que deveremos levar em conta: Não é o mesmo usar 10 euros de um europeu para produzir energia mais cara mas mais limpa, o que lhe (me) supõe beber umas cervejas a menos no sábado, do que gastar 10 euros de outro indivíduo (da mesma espécie, mas de outro continente e provavelmente de outro hemisfério) para o que representa o ordenado do mês, e possivelmente passar fome.


O bem-estar do mundo desenvolvido ocidental baseou-se num gasto energético sem precedentes, fundamentalmente a partir de combustíveis fósseis. Que continua a ser a maneira mais barata de produzir energia, e provavelmente a mais contaminante também. Levamos décadas a fazê-lo, e agora que temos o planeta cheio de fumo tentamos reduzir as emissões contaminantes. As nossas e as dos outros. Mas para os países subdesenvolvidos reduzir estas emissões supõe ser ainda mais pobres, a sua única maneira de aumentar o nível de vida é utilizar estas energias (porque são as mais baratas), as mesmas que usamos nós durante décadas para aumentar o nosso nível de vida e que, agora que é bom, tentamos que eles não usem (mesmo que por causa disso fiquem na pobreza) para não contaminar o planeta. Só agora e que nos apercebemos? Não podemos fazer nada por eles? É puro cinismo? 


Estes problemas também existem, e vão pesar nesta cimeira. Tal vez de maneira decisivo.


Todos e cada um de nós temos uma palavra a dizer sobre este tema. E uma maneira de nos comportar, de actuar, no nosso dia-a-dia, concordando com a nossa própria opinião. Tanto em relação ao nosso próprio consumo como à necessidade que tenham ou não desse consumo em outros lugares do globo, outros seres humanos. Da nossa mesma espécie.


Escrevi este post como reflexão própria, pelo que, intencionalmente, não incluo links a outras páginas sobre estes temas, que assumo que serão fáceis de encontrar para quem o deseje.

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