Aureus

Com este blog pretendo mostrar os últimos acontecimentos científicos, de maneira a ficarmos à par do que pôde ser feito pelos científicos neste momento, e dos últimos descobrimentos, e ao mesmo tempo oferecer curiosidades, engraçadas ou simplesmente esquisitas, do âmbito da ciência. Isto sempre numa linguagem acessível para todos, sem grandes complicações.
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1 de junho de 2009

A pele: ecossitema bacteriano

A pele: ecossistema para diferentes espécies de bactérias

Temos 10 vezes mais bactérias a viver no nosso corpo do que células ele tem. De todas as maneiras, as bactérias que vivem na nossa pele estão pouco e mal catalogadas, só havia estudos realizados a partir de raspados e culturas de pele de voluntários, mas estes estudos obtinham resultados alterados, dependendo da capacidade de cada tipo de bactéria de crescer no ambiente do laboratório.

Depois, com o desenvolvimento de novas técnicas de sequenciação genética, conseguiu-se identificar uma grande variedade de bactérias na nossa pele. Mas, até agora, não se tinha investigado sistematicamente a variabilidade bacteriana na pele das diferentes zonas do corpo.

E a maior diversidade bacteriana na nossa pele foi encontrada na parte externa do antebraço, não noutras zonas que consideraríamos mais evidentes, o que surpreendeu os investigadores.

O estudo agora realizado por investigadores do National Human Genome Research Institute (NHGRI) de Bethesda, Maryland, Estados Unidos, consistiu em observar 10 voluntários, que deviam lavar-se com um sabão suave durante uma semana, e depois passar 24 horas sem se lavar e apresentar-se no laboratório.

Foram recolhidas amostras deles, de 20 diferentes partes do corpo, para proceder à análise ribosómica das mesmas, técnica muito mais eficaz do que as antigos culturas de laboratório, que classifica os grupos bacterianos segundo diferenciações genéticas.

Este estudo encontrou umas 1000 espécies no total (uma variedade semelhante ou superior à que mantemos no intestino, entre 500 e 1000 espécies), sendo mais ou menos as mesmas e nas mesmas zonas em todos os voluntários, mas diferentes entre umas zonas e outras. Descobriu-se também que zonas mais gordurosas, como a testa ou o couro cabeludo, mantêm uma diversidade menor, sendo a zona com menor variedade bacteriana a zona por trás da orelha, e a de maior diversidade, como já tinha sido dito, a parte externa do antebraço.

O seguimento de alguns dos voluntários levou também à conclusão de que as espécies presentes mudam muito pouco no tempo (são sempre mais ou menos as mesmas).

Não se conhece ainda o motivo pelo que há zonas com mais ou menos diversidade, supondo-se que tenha a ver com características da pele como o cabelo ou a gordura, mas do que não ficam dúvidas é de que a nossa pele conforma para as bactérias um ecossistema com distribuição diferenciada por zonas.

A intenção dos científicos é aprofundar na investigação, com o intuito de encontrar a relação que possa haver entre determinadas espécies bacterianas e doenças da pele como o eczema ou a psoríase.
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