Aureus

Com este blog pretendo mostrar os últimos acontecimentos científicos, de maneira a ficarmos à par do que pôde ser feito pelos científicos neste momento, e dos últimos descobrimentos, e ao mesmo tempo oferecer curiosidades, engraçadas ou simplesmente esquisitas, do âmbito da ciência. Isto sempre numa linguagem acessível para todos, sem grandes complicações.
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1 de maio de 2009

STEAM: 6.000.000 de fotografias por segundo


Funcionamento do STEAM: raio laser separando-se nas suas cores

Uma equipa de investigadores da Universidade de Califórnia em Los Angeles, dirigidos pelo catedrático Bahram Jalali, desenvolveu um sistema de fotografia por emissão de pulsos de raios laser dispersos no espaço, que obtêm uns resultados absolutamente surpreendentes, publicados em Nature.

Consegue um tempo de disparo de 0,44 nanossegundos (0,00000000044 segundos!), o que lhe permite registrar até 6 milhões de fotogramas por segundo, de maneira contínua. A máquina trabalha com um só sensor, e não aquece (pelo que não precisa dum sistema de arrefecimento adicional), nem faz barulho, nem precisa de muita luz.

De todas as maneiras, a equipa de investigadores pensa que o sistema ainda pode ser desenvolvido até alcançar os 10.000.000 de imagens por segundo (200.000 vezes mais do que una câmara de vídeo normal das actuais).

A STEAM (Serial Time-Encoded Amplified Microscopy) poderá ser utilizada em medicina e em biologia, uma vez que a sua grande velocidade e o disparo contínuo permitem-lhe observar em directo sucessos com baixa probabilidade de acontecer, e por tanto muito dificilmente fotografáveis em condições normais, como processos de comunicação entre neurónios, ou observação de células tumorais no fluxo sanguíneo.

Neste último caso, nos momentos iniciais da doença, as células precursoras da metástase podem ser umas poucas em milhões de células sadias, e a observação possível até agora, sem o STEAM, supõe obter uma pequena amostra de sangue e analisa-la com o microscópio. Obviamente, a possibilidade de que na pequena amostra não haja nenhuma tumoral é elevada. Com o STEAM, no entanto, podem-se fotografar individualmente as células directamente em circulação, evitando assim este problema.

Actualmente, estão a tentar melhorar a resolução até 100.000 pixeis por imagem, e adaptar esta técnica para obter imagens tridimensionais. Se conseguem melhorar a resolução o suficiente como para obter fotografias nítidas da estrutura interna das células, as possíveis aplicações na biologia e na medicina serão, segundo todos os pontos de vista, incontáveis.

Para obter pormenores técnicos do funcionamento do STEAM, explicado no vídeo a continuação, recomendo ler o artículo publicado sobre isto na BBC.






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