Aureus

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16 de junho de 2009

Descobertos novos fósseis de equinodermos na Saragoça (Espanha)


Dois dos fósseis de Gogia encontrados em Murero

Já falamos aqui algumas vezes da Pangeia, o supercontinente único, o qual se foi separando em grandes blocos até chegar aos actuais continentes, por deriva continental. Mas a Pangeia era a situação no Mesozóico, há 200 milhões de anos.

O mundo fóssil atinge muito mais tempo, falando-nos de seres que viviam num mundo anterior a este, quando existiam outros continentes diferentes, dos quais ficam ainda algumas partes que continuam à superfície, ou que estão agora fora do mar e nessa época eram fundos submarinos. Os fósseis dessas zonas são os mais antigos, logicamente. E em sedimentos desse tipo, com mais de 500 milhões de anos, encontraram-se agora novos fósseis, na jazida de Murero, em Saragoça (Espanha).

Esta jazida já é muito conhecida pela quantidade e qualidade de fósseis de trilobites (animais típicos do Cambriano) que possuem. Os fósseis encontrados agora, por uma equipa de investigadores da Universidade de Saragoça, pertencem ao filo dos equinodermos (dos que os mais destacados membros actuais são as estrelas e os ouriços de mar), e encontraram-se representantes de duas novas espécies num estado de conservação excelente. Estas espécies, da família Gogia, baptizaram-se como Gogia parsleyi e Gogia sp. (esta última ainda em investigação).

Ambas pertencem à classe eocrinoidea (classe extinta), extremamente raros no registo fóssil do Cambriano, e que ainda são os mais antigos encontrados no que era o continente de Gondwana até este momento, o que faz supor que pode ter havido uma rápida migração desde o desaparecido continente de Laurentia (onde sim se encontraram mais antigos). Parecem ter um corpo globular, mas com uma grande coroa de braços flexíveis.

Os investigadores supõem que estes seres viviam em alto mar, em zonas com águas tranquilas com alguma trovoada ocasional, em solos de lamas, e colados a bocados de trilobites para não se afundar.

Este descobrimento considera-se muito importante dentro da investigação geral sobre o grande e rápido aumento de seres vivos deste período.

Este achado foi publicado na revista Acta Paleontologica Polonica.

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