Aureus

Com este blog pretendo mostrar os últimos acontecimentos científicos, de maneira a ficarmos à par do que pôde ser feito pelos científicos neste momento, e dos últimos descobrimentos, e ao mesmo tempo oferecer curiosidades, engraçadas ou simplesmente esquisitas, do âmbito da ciência. Isto sempre numa linguagem acessível para todos, sem grandes complicações.
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7 de março de 2009

A Amazónia pode estar a emitir CO2


Existe o risco de que as secas provoquem uma emissão de CO2 superior à sua fixação

RAINFOR, um grupo de investigadores de 13 países, que estava monitorizando a saúde da Amazónia em períodos de tempo amplos, chegou a uma conclusão surpreendente:

A severa seca de 2005 nesta zona (a pior dos últimos 40 anos) não só fez diminuir a absorção de dióxido de carbono da atmosfera, como inclusive determinadas zonas mais afectadas chegaram a ser emissoras netas de CO2, ou seja, emitem mais na respiração do que o que fixam na fotossíntese.

Por tanto, nem sequer as selvas amazónicas podem ser consideradas como a salvação segura contra os gases de efeito estufa, conclusão à que chegaram estes investigadores e que apareceu publicada ontem na revista Science 

Tinha-se medido que os bosques tropicais do planeta, no seu conjunto, quando estão a crescer, podem chegar a absorver até 1,8 toneladas de CO2 por ano. O problema descoberto agora é que, se as plantas não estão saudáveis e a crescer convenientemente, diminui a sua captura de CO2 por fotossíntese enquanto se mantêm o CO2 emitido na respiração, e ainda aumenta pelos microrganismos encarregados da decomposição das árvores e plantas mortas, com o que diminui a taxa de fixação, e inclusive em casos extremos pode inverter-se, passando as zonas mais degradadas a ser emissoras netas de CO2. 
Esta equipa, RAINFOR, leva já 25 anos fazendo estudos e medições em 44 zonas diferentes na região da Amazónia, e mesmo assim Encontramos a amazónia surpreendentemente sensível à seca, e o evento de 2005 foi suficientemente forte como para que o bosque passa-se de ser uma fonte de absorção de CO2 a longo prazo a ser um emissor temporal de CO2, como indica Oliver Phillips, ecologista da Universidade de Leeds e autor principal do estudo.

Como a previsão climatérica para este século é de maiores secas nestas zonas do planeta, a perda de bosques tropicais deve ser vista como uma nova razão para o rápido aumento dos níveis de CO2.

No entanto, Ronald Neilson, bioclimatologista do Serviço de Bosques do Departamento de Agricultura em Corvallis, Oregón, diz que se por um lado O estudo demonstra que a seca pode ter um impacto muito significativo no saldo de carbono do planeta, por outro lado nas épocas de seca existe uma clara diminuição de dias nublados, o que traz consigo um aumento de luz solar que pode fomentar o crescimento das plantas inclusive em climas mais secos.

Por tanto, temos um motivo mais para tentar evitar o aumento de emissões pelo homem, mas ainda não perdemos a esperança.

2 comentários:

  1. A notícia surpreedeu-me.Alerta para a gravidade da situação.
    Notícias como esta pode dar ao Homem a sensação da impotência de actos pessoais e isolados e criar a noção da fatalidade a que o Planeta está condenado.

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  2. A própria selva pode recuperar-se, por ter mais dias de sol, com o tempo. E se todos fazemos qualquer coisinha, somos muitos, e pode mesmo fazer diferença, não devemos cair na fatalidade. Força! ;-)

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