Aureus

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13 de março de 2009

Confirmado: As baleias pariam em terra


Recriação a partir do esqueleto do macho de Maiacetus inuus

Já se pensava que era assim, mas descobriram uns fósseis que confirmam a teoria.

Encontraram dois fósseis, um de fêmea prenha no ano 2000, e outro de um macho no ano 2004, na mesma jazida, no Paquistão, que após um longo e meticuloso estudo dirigido pelo paleontólogo Philip Gingerich da Universidade de Michigan, confirmaram que as baleias pariam na terra firme, para além de acrescentar muitos outros dados sobre a transição entre a terra e o mar dos cetáceos.

Este é o primeiro fóssil conhecido de um feto de una baleia extinguida do grupo Archaeoceti, e os três exemplares determinam uma nova espécie, à que chamaram Maiacetus inuus, e que viveu há uns 47 milhões e meio de anos.

O feto apresenta características que vêm a confirmar que pariam em terra, como o facto de que está pronto para nascer de cabeça, como os mamíferos terrestres e ao contrário do que as modernas baleias.

O feto, ainda, apresenta um conjunto de dentes bem desenvolvidos, o que indicaria que desde recém nascidos poderiam sustentar-se por si próprios muito melhor do que os actuais durante as primeiras etapas da sua vida. 

Os grandes dentes que apresentam as baleias, ideais para capturar peixes, sugerem por sua vez que estes animais deviam viver fundamentalmente no mar, vindo à terra para acasalar e parir, e eventualmente para descansar, mas mais nada.

Tal como outras espécies do grupo Archaeoceti, a espécie Maiacetus inuus tinha quatro pés modificados para nadar, e ainda que estas baleias pudessem resistir o seu peso sobre as suas extremidades com formato de barbatanas, provavelmente não podiam percorrer grandes distâncias por terra.

O macho encontrado é semelhante anatomicamente à fêmea, mas um 12% maior e com dentes caninos um 20% maiores.

Estas não são características estranhas entre os cetáceos, onde há desde espécies em que as fêmeas são maiores até outras em que são maiores, por vezes muito consideravelmente, até, os machos.

Uma vez que o que se encontrou nesta espécie é uma diferença moderada, supõe-se que os machos não deviam controlar territórios nem dirigir haréns de fêmeas.


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